Foi.

É como sempre, falar do inexplicável.
Dizer que doeu quando li, quando vi.
Aquele medo parece me rondar rindo baixo para só eu ouvir. Estás zombando de mim então?
Talvez me ache ingênua demais por acreditar em algo que desacreditei há muito tempo?
Cansei. Quero viver sem me perguntar se consigo.
Ouvir ontem como então as pessoas mudam, e ver hoje o quanto mudou me distancia.
O amor é independente disso.
Depentende é a carne, o desejo, o medo.
No fim de tudo, a pergunta é sempre a resposta. Era eu.
Não sei mais até onde me importa saber.
Eu vivo de amor, de cumplicidade, e isso, nunca foi segredo.
Te abri meu coração, meus sonhos, pensamentos. E da forma mais cruel, você os fechou novamente.
Eu escolhi, decidi, lutei, chorei, ouvi, falei.
Não foi em vão. Mas, foi pra mim, não pra nós.
Nós, talvez deixe de ser.
Passa a ser eu, tu, eles, elas.

I can.

Respiro fundo aqui. Me sinto vazia e preenchida da mesma forma.
Eu quero não mais querer.
Me vejo em um canto, olhando o vazio, sentindo a presença, chorando. Como se tudo não bastasse, tem o nada.
Eu consigo enfim dormir. E o sonho tem a mesmaa forma diferente.
Acordo, levanto, lavo o rosto. Vejo o espelho, e só.
Há muito tentando, tentando. Corro, ando, sento, espero, grito, ouço.
De repente do vazio se faz o batido descompassado do meu coração amedrontado com o novo.
Tento traduzir em palavras, em olhares, em uma música. Alguém é capaz de me ouvir?
Ao meu redor eu vejo você de novo. A estranha sensação de querer entender o incompreensível.
O que te trouxe até aqui dessa vez? Meu medo? Seu medo? A falta do choro, a saudade de gritos mudos no corredor?
Volto. Vejo o que eu trouxe até aqui. Alguém é capaz de ver?
Aos poucos vejo você ir embora sem querer. Você finalmente vê que eu posso.
Posso ser eu, assim, com defeitos, erros. Eu vejo que finalmente posso.
E dessa forma vou.
Eu sigo em frente. Sem você. Que sem eu querer, me deu uma muleta para provar que eu não podia andar. E eu posso ter demorado. Mas eu aprendi, num passo de cada vez, caindo as vezes, tropeçando. Mas não tenho mais uma muleta para apenas me apoiar em algo falso. Tenho pessoas. Me estendem a mão.
Não consigo ainda não olhar mais para trás e te ver. Eu ainda teimo, vejo, sinto até falta ás vezes. Mas volto ao início. Ao respirar fundo.

Eu quero esse sonho que está na minha essência.

Isso tudo me faz eu
Essa vida
esse amor
essa música
esse cheiro
esse beijo
essa cama
sua boca
meu cabelo
nosso cheiro
essa luz
aquela noite
sua foto
essa mesa
esse som
essa lágrima
esse grito
essa tv
esse chão
esse meu
esse seu
esse nosso
esse sempre
esse nunca
esse sonho.
Você, eu, eles.
Cheguei até aqui por você e com você.
Somos nós.
Minha essência, minhas razões.
Esse eu.