eu falo o que meu coração bobo sente.
Eu vivo o que ele me proporciona.

Eu vivo do novo que me transforma,
do amor que me consome.

Eu vejo nas entrelinhas a repiração forte,
o desejo de ser, de não ser.

Eu ouço de longe o grito agudo,
a música tocada,
o choro baixinho.

Eu sinto um arrepio gelado no pescoço,
o aperto contra a parede,
sinto eles, você.

Cada pedaço do meu corpo grita aquilo que meu coração fala.
Cada canto da minha vida expressa meu eu, meu tudo, meu nada.
E em cada tudo de mim, eu vejo você, vejo nós, vejo sempre, vejo nunca.

permita-se

eu sou o novo, eu sou o velho.
sou a brisa, calmaria, gritaria.
eu vejo números em árvores.
eu sou forte, sou fraca.
eu vou atrás do que procuro.
eu fujo quando tenho medo.
eu sinto coração quando te vejo,
amo quando posso.
sou vento forte em dias quentes.
eu canto alto, sussurro ao pé do ouvido.
eu te vejo de longe, de perto.
eu sou palavras, sou cantigas.
eu sou uma potência em tudo.
sou escolhas, sou caminho.
eu quero o mundo colorido.
eu espalho sorrisos.
eu sou triste, sou feliz.
eu sou extremos.
eu sou a sorte, sou inspiração.
sou careta, em ambos sentidos.
sou de doce, de amargo, de limão com sal.
sou jujuba e chiclete.
eu sou o que quero ser.